terça-feira, 22 de maio de 2012

Não há tempo para esperar....

Não há tempo para esperar...

É hora de a nossa geração pedir o espaço e levantar a sua voz, contra esse sistema que nos oprimi e nos desqualifica. 

Podemos dizer que não gostamos desse país, mais posso garantir que a maioria da população não tem intenção nenhuma de abandoná-lo. Especialmente nas mãos daqueles que nos reprime diariamente. 

Nós somos o maior patrimônio deste país, somos quem o mantém, seja através dos impostos exorbitantes que pagamos, seja pelo consumismo exacerbado que nos impõe o Capital. Sem nós, dezenas de milhares de empresas e agências governamentais, universidades e empresas profissionais não teriam a quem recorrer... somos os braços e os cérebros necessários para baixar os custos da crise. 

Somos uma geração precária... sem trabalho, mal pagos ou ainda, forçados ao trabalho invisível e gratuito, condenados a dependência da “generosidade” da classe dominante e governantes. 

A precariedade faz a vida por nós, todos os dias nos privam do acesso aos direitos: o direito de estudar, garantido na Constituição, o direito à moradia, renda, direito ao lazer, esporte (isso é mesmo querer demais), não temos sequer acesso à saúde de qualidade. Nesse país, onde a grande maioria da população encontra-se em situação de extrema pobreza, que não tem o acesso ao mínimo necessário a sua sobrevivência, não tem acesso ao “Pão” que dirá acesso ao “circo”... 

Nós (eu), não estamos (estou) mais dispostos a viver em um país tão profundamente injusto. O espetáculo de nossas vidas, desnecessariamente cansativas, traiu as minhas expectativas, fugas em busca de oportunidades e garantias que não existem por aqui, não são mais toleráveis. 

Não é apenas resistir (isso eu faço desde que nasci), precisamos agir, adotar a ação conjunta, precisamos quebrar a ilusão de salvação individual. 

Hoje, o que vemos é a paralisação (greve) dos professores de diversas Universidades Federais do país, utilizo-me de trechos da nota elaborada pelo Comando Nacional de Greve à Sociedade Brasileira, de acordo com essa nota, os(as) professores(as) federais estão em greve em defesa da Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade e de uma carreira digna, que reconheça o importante papel que os docentes têm na vida da população brasileira, além de ressaltar e evidenciar a precariedade vivida pelas instituições de ensino, que encontram-se sem professores, sem laboratórios, sem salas de aula, sem refeitórios ou restaurantes universitários, etc. Por fim, convidam todos a se juntarem à essa luta. Essa batalha não é só dos(as) professores(as), mas de todos aqueles que desejam um país digno e uma educação pública, gratuita e de qualidade. 

"Divide et impera", "dividir para reinar", disse os romanos. Esta divisão do trabalho é agora uma realidade e graças a ela, os trabalhadores estão fragmentados por categorias, impossibilitando uma verdadeira união desses trabalhadores contra a exploração do trabalho e sua precarização. 

Queremos um país completamente diferente. Não ser mais um escravo de anuidades, recomendações e clientela. Esperamos ser um país que permite a todos estudar, trabalhar, inventar, investir.... 

Estamos cansados ​​desta vida insuportável... 

Felizmente, a história não acabou, está em constante movimento: os escravos e miseráveis ​​dessa terra sempre se rebelaram. Otimismo não é defeito. É precisamente para encorajar esta perspectiva, no entanto longe de ser óbvio, que temos de superar as ilusões e ideologias apenas criticadas. 

Este grito é um apelo a todos para ir para as ruas: Aqueles que têm trabalho precário e mal pago, que não conseguem pagar pelo seu sustento, aqueles que não conseguem encontrar trabalho, para aqueles que estudam e aqueles que não conseguem acesso ao ensino superior. 

Agora é hora de reagir, construir e desenvolver um forte movimento.


Assembleia de deflagração de greve na UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)