O menino empina ilusão e alegria
na pipa armada. Dança pobremente entre as varetas frágeis pelo azul infinito de
uma pequena nave construída por pouca engenharia e muita malícia.
O menino está
perdido em cores e cabeceira no espaço entre uma linha entendida pelo vazio da
vida.
Há um elemento
novo refazendo um dia iluminado, embora menino e pipa nem se completem.
O menino
esquece de uma hora para outra de todo o colorido que flutua e pela origem de
nossa vida cotidiana o que estava pobre se perdeu.
A pipa corresponde
ao comando da linha avisando que nem tudo está perdido – também o dia escurece
e nem toda a sombra recupera a ilusão de ter outra vida.
O menino
apenas empina uma pipa armada pelo céu em uma época que existia sonho, na
tentativa de recuperar a pouca alegria.
Crédito imagem
Sandra Guinle - Cenas Infantis
O menino e a Pipa, 2003
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