quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Tempo e Vida

O dia está pesado, o céu está pesado. 

Sinto-me como se estivesse em uma estufa: a via aérea obstruída por um sopro de ar ofegante. 

Eu estava andando sozinha, ao longo do estreito caminho que me leva onde eu não queria chegar. Apesar de prosseguiu quase até o fim, eu resolvi voltar no tempo. 

Ao longe, o som triste de um acordeão: notas longas e melancólicas penetraram em mim e me trouxeram de volta, mas, com um humor escuro, negro. Tudo levou a isso. 

Minha mente deu à luz a ruminações negativas, passivas perante a vida, relutantes para a vida cotidiana, tudo visando o retorno à monotonia, que eu conhecia bem. 

Não fui eu, ou talvez sim. Sim sou eu! 

Eu continuei na estrada com a música martelando meu cérebro, para agitar os pensamentos que me assaltaram. De repente, no caminho, irrompeu em um rugido o som dos sinos, alto, batendo, como se quisessem me acordar! Eu tinha explodido, a minha mente retomou ao meu controle, de modo que, recuperei a lucidez que tinha perdido. 

Continuei a andar por esse caminho que conhecia. 

Passei a andar longe daqueles que jogam as notas, que evocam pensamentos, para não ficar criando uma atmosfera surreal, que distorce os contornos das coisas. 

Agora estou aqui, com a caneta na mão, para contar a minha experiência. 

Com um lembrete de que os sinos como um grito desesperado queria esclarecer minha mente, a minha história, mas a angústia do tempo continuou a me assombrar. 

O tempo não existe, ele me destrói. 

Eu penso demais e não o suficiente para viver. 

Sou jovem, eu sei. 

Vivo com amor e paixão pela vida. 

Agora é assim, e não concordo com a condição da minha vida, eu não sei onde vou parar. 

O futuro não é conhecido. 

Eu só sei que eu estou aqui, no presente, com a caneta nas mãos. 

Sem essa história no papel.


Nenhum comentário:

Postar um comentário