sexta-feira, 3 de maio de 2013

PAI


Não é fácil falar sobre o meu pai, por quê?
Porque eu não tive o privilégio de tê-lo ao meu lado por longo tempo, a jornada dele nessa vida foi curta, passageira...

Antes mesmo que eu pudesse conhecer, abalizar e admitir os propósitos de uma vida, ele se foi... se foi para nunca mais voltar.

As lembranças que tenho dele? Ah, as lembranças são vagas, mais ao mesmo tempo fortes e profundas!
Sua voz, sua imagem, seu olhar, sua mão, seu tocar... 

E hoje, dia de seu aniversário, essas memórias revivem em minhas memórias ainda mais densas que nunca, fazendo-me recordar e reviver momentos raros e ao mesmo tempo, fantásticos da minha infância.
Então, a única coisa que me resta é escrever, o que ele fazia tão bem, tinha o domínio da caneta sob as folhas brancas.

Preciso escrever, pois não posso mais falar com ele... Esta é a minha maneira de não esquecê-lo, de elevar o meu pensamento a ele... embora sejam apenas palavras!!!

Minhas mãos estão trêmulas, meu coração bate em um ritmo indefinido... estranho...
Tenho lágrimas que corroem meus olhos...
No pensamento... nada além de sua memória...
Sentimento de vazio...
Sinto-me perdida em alto mar, com ondas de diferentes emoções rebatendo sobre minha vida.
Sua ausência e seu silêncio são gelo que congela a alma, fogo que queima a mente, água que afoga o coração. 

Naquele dia, um simples telefonema foi suficiente para destruir-me em mil pedaços. Aqueles segundos duram por longos anos... parecia que estava perdida no vazio ... um silêncio pesado.... aquelas palavras me assombram ... "Meu Pai se foi"...

Eu aprendi a expressar minhas emoções, em vez de mantê-las engarrafadas.  

Não há palavras de conforto, não há suporte para uma dor tão forte. 

Eu tenho mil perguntas e nenhuma resposta, e sei também que nunca as terei.

Não sei se há vida após a morte, mas eu quero acreditar, pois adoraria encontrá-lo novamente.

Em meu coração você ainda pulsa e habita.
Eu te amo, mais do que palavras podem dizer ou abraços e beijos podem revelar.

Sei que, onde quer que esteja, está a olhar-me e vigiar-me.

Agradeço por ter tido você como pai.


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