quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Sentimento

Eu não dei um nome para o que eu sentia. 
Eu mudo o rumo da minha vida pelas emoções que eu sinto. 

Sinto tremer a parte mais profunda da minha alma... 

Por isso e por tudo o que não conheço e nunca conhecerei, eu mudei o curso da minha vida, e nunca mais ela será a mesma. 

Não sei que nome tem um sentimento assim. 

Talvez nenhum nome, talvez todos os nomes que damos ao sentimos que dão sentido às nossas vidas. 

Embora, posso dizer sem ter nada a ganhar, há sinais que nos causam lesões tão profundas que não curam, nem mesmo em uma vida inteira. 

Geralmente escutamos: Isso é/parece "normal" – mas o que é o nosso normal? O que é normal para o ser humano? 

Ainda não estou convencida. Na verdade, acho que não tenho respostas para esta pergunta. 

É aí que decide expressar minha singela opinião, para ser realmente ativa em uma história... Quando realmente encontro a coragem de me envolver na discussão, quando aceito o risco de sofrimento, mas também o risco de ser demasiadamente mal interpretada!!! 

Escrevo palavras que permanecerão dentro do meu coração até o fim dos meus dias.... 

Quando vi essa campanha na WEB, eu chorei. 

Poucos minutos, silenciosamente e rapidamente, como sugerido por Forrest Gump, mas eu chorei.

Fez-me refletir sobre a minha vida, porque acabei percebendo, ou melhor, eu percebi que vivo no luxo. 

Fiquei de fato desconfortável... 

Na África, todo o dia morre alguém com fome, porém a toda hora, é possível ver as pessoas andando nas ruas com suas roupas coloridas e grandes, com chinelos desfeitos, em suas bicicletas enferrujadas, sem saber exatamente aonde eles vão. E eu preocupada "com que roupa eu vou".

Ao longo das estradas de terra, esquecidas pelo mundo, onde os trabalhadores trabalham com uma pá. Crianças com pernas frágeis e cabeças baixas. Mulheres mais velhas que apenas ficam sentadas em pilhas de terra em cada lado da estrada, inertes, ninguém sabe o que fazem, nem em que pensam, e elas não dizem nada. 

Olhe para eles, SIM, feche os olhos e olhem para todos eles. 

Os homens, com um objeto desconhecido. Pare os seus olhos e imagine esses homens. As mulheres, desconfiadas com seus filhos amarrados para trás, abraçando-a de volta. As crianças, quando vêem um carro, em lugares onde quase nunca passam, correm em sua direção sorrindo, para cumprimentá-lo (o carro é claro)!!! 

Às vezes, me dá uma enorme vontade de chorar muito: o que está acontecendo? 
Inexpressivo... 

Mesmo com toda essa miséria, não é difícil encontrar um safári de luxo, porque na África não há meio termo, precisa-se alimentar o mercado econômico, e o turismo exótico, como ficaria? onde os milionários iriam se hospedar, quando quisessem conhecer/ver a miséria de perto?

E este é o maravilhoso mistério da existência humana, que nenhum livro de história ou qualquer discurso sócio-político sobre o cotidiano habitual será capaz de explicar!!! 

É em momentos como este que eu entendo a função utilitária da palavra CAUSA/CAMPANHA!!! 

Existem ainda, alguns idiotas que acreditam ser responsabilidade da pessoa... como se fosse um sorteio, você tira uma carta e pronto, decide o lugar onde você vai nascer: 

- Em uma metrópole vertiginosamente neurótica 
- Em uma província pacífica, 
- Em um país, bombardeado pelas guerras 
- Ou ainda, em um país, com uma pilha de areia, esquecido por Deus, com expectativa de vida de 30-60 por cento de incidência de HIV. 

Uma vida para quem não importa o casamento milionário de William e Kate, nem quem matou e como morreu Muamar Kadafi e muito menos se no dia 11/11/11 às 11:11 o mundo fará 1 minuto de silêncio pelas vítimas de fome do planeta. 

Para essas pessoas, o que realmente importa é se estarão vivas amanhã, se seus filhos irão ter o que comer ou se terão água para matar a sede!!! 

E é por isso que eu acredito que, nascer no “Primeiro Mundo” não é uma grande fortuna, e sim uma falha. 

E agora eu lhes pergunto: fazer um minuto de silêncio irá mudar a vida das pessoas que passam fome? 

Precisamos de ações concretas... abolir a exploração do capitalismo... o direito da propriedade privada e dos meios de produção exclusivo aos grandes monopólios... precisamos ser uma nação, de fato, consciente e não displicente!!!

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